Santos/SP - Mareados!

04 de junho de 2005

Era por volta de duas da manhã quando o Paulo passou na casa do meu pai e pegou nós dois. Depois, de casa em casa, acabou pegando todo mundo e lá fomos na van do Davi para Santos, pescar em alto-mar.

Quem? Eu, meu pai, o Paulo, o Eliel, O Odenir, o Helinho e o Maurício, o Reinaldo, O Amós e o Amauri, o Antônio Carlos e o Daniel. Doze ao todo, doze homens e um destino: um barco chamado Messias.

Depois de uma viagem tranqüila, cerca de cinco e meia da manhã já estávamos colocando a tralha no barco e nos preparando para zarpar. De todos, o Maurício era o único que nunca tinha entrado num barco daqueles e eu brincava com meu primo que ele era PV ( primeira viagem ). Ele achou graça na brincadeira, mas a provocação só foi perceber depois...

O barco saiu do porto em meio aos cargueiros imensos, o mar estava calminho e o dia prometia muito sol. Precisávamos de mais de uma hora prá chegar no local de pesca. Como era tempo demais, o Eliel desceu e foi dormir. O resto ficou tirando foto dos cargueiros, rebocadores e da paisagem que era muito bonita mesmo!

Chegamos! O local se chama Cascalho e o mar já não estava assim um espelho... Agora, tinha cara de mar tranqüilo, mas a ondulação ( sweel para os íntimos... ) estava de metro e meio, dois metros... Prá quem tá acostumado, não é nada. Prá quem não está, é um sofrimento e tanto!

Peixe que é bom quase não aparecia. Como lua minguante não é das melhores, só umas betarinhas e espadas, um linguado e uns papa-iscas. Fora isto, nada.

Pouco tempo depois, o pessoal começou a "cevar"... As marolas começavam a fazer suas vítimas! Primeiro um, depois outro e o que se viu era um monte de marmanjo com a cara verde de tanto enjôo e que depois de "chamar o Hugo" ficava estendido no convés ou se tivesse lugar, numa das camas, sem vontade nenhuma de pescar...

Finalmente, o mestre Felipe resolveu mudar de lugar de pesca. A estas horas, não era nem dez da manhã e o alojamento estava completamente tomado. Pescando mesmo, nem meia dúzia da dúzia que veio...

No novo lugar, estava pior. Nada de peixe e o pessoal querendo ir prá casa às onze da manhã. O Eliel acorda, come alguma coisa, pesca um peixinho que nem o barqueiro sabia o nome e volta a dormir.

O mestre propôs chegar mais perto da costa, onde o mar fosse mais abrigado e não mexesse muito. A concordância foi unânime ( os cinco que estavam acordados... ) e o clima na embarcação começou a melhorar.

Quem tava acordado começou a ficar empolgado, porque os peixinhos começaram a beliscar. Estávamos há cerca de quinhentos metros da costa e enquanto os peixinhos não vinham, a gente ficava vendo os cargueiros, os iates e lanchas que passavam, alguns malucos de caiaque e canoa havaiana, enfim, mais distração que lá no meio do mar.

O Odenir pescou uma estrela do mar, o Paulo uma arraia, o Reinaldo tentava acertar com a chumbada um caranguejo chato, mas nada de peixe grande...O maior foi o Vitor, o ajudante do Felipe, que pegou: uma pescada de seu quilo e meio.

No fim das contas, quase todo mundo pegou o seu e, já refeitos do mareado, e já satisfeitos com o resultado da pescaria ( um monte de espadas e algumas pernas-de-moça, que é outro nome da betara e renderam boas piadas com os casados ) resolvemos ir prá casa.

Chegamos no porto por volta das seis da tarde, já na boca da noite. Deixamos meu pai na rodoviária porque ele iria prá Mongaguá e fomos prá nossa casa, em Sorocaba.

Resumindo: pescaria é assim mesmo, um dia do pescador e todos os outros do peixe. Se você vai prá trazer peixe, você corre o risco de não aproveitar o passeio, mas se vai prá aproveitar o passeio, só corre o risco de trazer um peixe bom no isopor!

E olha que o pessoal, entre confidências e piadas, já tava combinando na volta em pescar prás bandas de Mato Grosso, etc e tal. Ô gente animada, sô!