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- Santa Isabel/SP - Patas na Trilha
28 de setembro de 2008

Acordei de manhã, depois de fazer bagunça a noite inteira e algo estava diferente. Em pleno domingo, o Du e a Mon estavam em pé e arrumando o carro prá viajar. Mas uma das coisas me chamou a atenção... Tinha coisa de cachorro dentro do carro, ou seja, algum de nós ia passear!! Eu! Eu! Eu! Eu! Tomara que seja eu!
E era!! Yupiii!!!! Prá onde? Não importa. Desde que não seja veterinário...
Era longe... Muito tempo dentro do carro! Passamos por uma cidade muito grande e fedida, que eu lembro de ter passado quando era filhote e depois junto com a Kenya. Depois choveu fraquinho e depois o sol voltou. Saímos da cidade e pegamos estrada de novo. E nada de chegar.... Se for veterinário, o quê ele está fazendo? Se escondendo??
Depois de umas duas horas (prá mim, pareceu trinta!) chegamos no lugar e, surpresa, não estávamos sós!! Tinha um monte de cachorro, um mais desconhecido que o outro!! Lembro que quando vim com a Kenya, a gente foi numa exposição de cachorro e os bichos de lá eram muito bravos. Bonitos, mas chatinhos.. E aqui? Como vai ser?
Desci do carro já com a guia, com o Du me segurando e eu querendo conhecer a galera. Eu pedia, implorava, choramingava e nada dele me soltar... Eu queria conhecer a galera, mas tinha que ir de um em um, sempre com o Du e a Mon por perto. Que saquinho...
A maioria dos cachorros era tranqüila, bem diferente dos da exposição. Tinha labradores (labradoras!!), goldens, umas raças que eu não conheço e o Mister, um sharpei, que estava louco prá arranjar encrenca comigo. Poxa vida, eu não tava a fim de briga, mas se ele vier prá cima, ele vai ver só.
Gostei da Cindy, que já chegou brincando. Achei engraçado a Cléo que não gostava que ninguém cheirasse ela, mas depois veio me cheirar. O Bigode veio e deu uma rosnada dizendo que também era macho e grande mas ficou por aí mesmo. Tinha o Bono, que morava com a Cindy e que virava brinquedinho na boca da Cindy, deixando os donos apavorados! Enfim, uma galera da paz, tirando o Mister.
Hora da festa! De repente, saímos todos, donos e cães, para uma trilha na mata. Parecia lá em casa, mas um pouco mais fechado. Sobe, desce, vira, passa pontinha por cima de riozinho, descansa um pouquinho (mais os donos que os cães), bebe um pouco de água e segue em frente.
Depois de um tempo, todo mundo solto, menos eu. Caramba... Daí, passou uma labradora correndo do Bigode e na volta, sem que eu percebesse, me atropelam!! Gani de dor, mas o resultado foi que minha guia estourou e como a outra guia estava emprestada, eu estava livre!!! Vamos correr!! Vamos pular!! E lá vem o Mister...
Os cães da raça sharpei são engraçados. Com uma cara muito mais amassada que a do Guga, parecem que tem uma toalha na cara. Só que este estava louco por uma encrenca... Na primeira vez que chegou perto, o Du ficou enrte nós dois e tudo se resolveu, mas na segunda chance... Ele veio e falou prá mim: "seu dono está longe, né?" e pulou em cima de mim!! Não pensei duas vezes! Voei prá cima dele e disse que, se ele quisesse encrenca e me fizesse voltar prá guia, ia ser um cachorro morto. Eu era o dobro do tamanho dele... Que audácia!!
Como o Du chegou rápido fazendo o que ele faz quando eu e o Guga nos estranhamos, não rolou sangue. Mesmo porque eu não tava a fim de brigar, com tanta cadelinha bonita dando sopa...
Bom, vamos em frente, com o Mister na guia e eu livre leve e solto, hehehe!! Eu queria correr, mas se fosse muito longe o Du me colocava na guia, então só ia um pouquinho longe e voltava rapidinho. Mesmo assim, chegou uma hora que voltei prá guia. Tinha que descer um barranco e os donos foram obrigados a nos pôr na guia de novo. Mas... a minha estava quebrada....
Esperei o Du descer um pouco e dei um tranco. Estava livre de novo e todo mundo gritando meu nome. Como sou famoso! Vinham dois me pegar e, ao meu lado, um rio refrescante e eu morrendo de calor. Então... tchibum!!
Olha o jacaré peludo aí, gente!! Quem me pegar aqui??? Há há há!! Brinquei um pouco e resolvi voltar prá ver o resto do passeio mas, como que eu volto? A margem era muito alta e eu não conseguia sair do rio!! Entrei em pânico e o Du veio e me tirou puxando pela guia. Que vexame... As meninas só rindo de mim e do meu mico... Poxa vida...
Seguimos em frente e logo depois tinha uma cachoeirinha com um laguinho onde a cachorrada podia nadar. Entrei um pouco, até achei legal a escadinha de água, mas estava envergonhado e não curti muito. Além disto, estava com fome e só teria janta hoje...
Terminou o passeio e era hora dos donos comerem. Eles todos comendo e a gente amarrado. O Du e a Mon iam tirar fotos dos outros cachorros, que ousadia!! Eu latia de indignação! Aí o Du trouxe uma fatia de melancia prá mim e depois a Mon trouxe outra. Delícia deliciosa! Ainda teve um saquinho de guloseimas prá cachorro. Eu queria comer tudo de uma vez, mas o Du queria que prá cada docinho eu desse a pata, sentasse, deitasse, falasse japonês, saco...
Depois de um tempinho, voltamos para o carro e, após os donos se despedirem (não via Cindy aqui, só a Cléo e o Mister...) voltamos para o carro e era hora de ir embora.
Ainda passamos na casa da Dona Blanca, a mãe da Mon, onde ganhei presunto (supremo!!) e chegamos em casa no finzinho da tarde.
Um dia muito gostoso, de patas na trilha. Tudo bem que fiquei agüentando a Kenya buzinando no meu ouvido a noite inteira, falando que eu era um sem vergonha que ficava dando bola prá qualquer cadela que visse na frente. Era a mais pura verdade, mas eu sou assim mesmo e estava moído de cansaço... Acho que dormi e ela continuou a me xingar!!
Tomara que tenha mais em breve, porque descobri que sou um cachorro aventureiro! E da próxima vez, dou um jeito no cachorro com cara de toalha...















