PETAR 2006 - Pequenas vitórias...

14 a 16 de abril de 2006

Sexta, 14 de abril de 2006

Um email despretensioso do Abílio para "meus amigos" ( quem é do Orkut sabe do que estou falando...) e já tínhamos onde passar a páscoa: o velho e bom Petar!

Chegamos na Climb por volta da uma da manhã, mas o ônibus só foi sair quase três. Não havia quase ninguém conhecido, o que é bom: mais gente prá se conhecer! Quando era quase oito da manhã, já estávamos em frente à Pousada da Diva. Corremos montar a barraca e nos preparamos para o primeiro dia de cavernas.

O Júnior ( Antônio Carlos ), da Reserva Brasil, a ONG que estava organizando a viagem, deu opção para o pessoal se queriam uma trilha mais braba ou se gostariam de conhecer as cavernas mais próximas. Resultado: todo mundo na trilha braba!

Antes da trilha, um monte de aquecimento dado pelo Negão, um dos três guias. Os outros eram o Nilton e o Jânio. Pessoalmente, odeio aquecimento, então, fingi de morto e fiquei tirando umas fotinhas, hehehe. Todos ou quase todos aquecidos, rumo à trilha!

A trilha era a do Bethary, que no final tinha as cachoeiras das Andorinhas e a do Beija-Flor. A trilha é muito legal, margeando o rio Betari e por umas cinco ou seis vezes ( perdi a conta! ) atravessando-o. Tem uma formação rochosa chamada Torre de Pedra, onde diz-se, os antigos faziam parada em suas caçadas para se proteger da chuva e fazer as refeições.

Após cerca de três horas de caminhada, chegamos à cachoeira das Andorinhas e logo em seguida à do Beija Flor. São duas cachoeiras poderosas e muito bonitas. A água gelaaada não permitia muitos mergulhos, mas a Paula ( uma das biólogas da Reserva Brasil ) criou coragem e pulou. O resto se contentou com o visual, e que visual!

Aí vai a primeira pequena vitória, que foi deste que vos escreve: tirei minha "Foto Perfeita" da viagem! Fotos perfeitas são aquelas que você olha prá elas depois de tiradas e fala: "Uau! Eu que tirei mesmo???". Pois é... Contei com a colaboração do menino Alan, que estava a observar a cachoeira sentado em uma pedra e fez a dimensão humana da foto. Me senti um fotógrafo da National Geographic!!!

No caminho de volta, para quem ainda tinha pique, a primeira caverna: Água Suja. É uma caverna velha, com espeleotemas velhos e seria até sem graça se não fosse uma clarabóia no meio dela que só se vê apagando todas as luzes, o rio que passa por toda a caverna e a cachoeira que tem lá no fundo da dita!

A Mon ficava mais vendo as pedras de dentro da caverna, que por sinal eram muito bonitas, e com vontade de colocar uma na mochila prá decorar nossa casa... Legal!! Qualquer um não liga se tiver meia tonelada na mochila, né?!?!?

Enquanto o pessoal fazia o "batismo" para ver a cachoeira, eu e a Mon resolvemos voltar bem devagar, apreciando a paisagem da caverna sem pressa. Foi delicioso.

Saindo da caverna, voltamos à sede do parque, encaramos a pequena subidinha ( que matou meia dúzia ) e mortos de fome corremos para o ônibus para devorarmos o jantar.

Nestas, já conhecíamos uma boa parte do pessoal, todos boa-praça. Cada um comentando suas pequenas vitórias do dia: a Andréia "Corra, Lola, corra" dizendo que estava com pique prá dançar a noite toda, a Viviane que alugou um dos guias e venceu o medo de altura e outros que diziam que achavam que não conseguiriam. Todos deram conta do recado.

Terminada a janta, deu um sono, mas um sono, que voamos para a barraca e "capotamos". Fim de sexta para nós.

Sábado, 15 de abril de 2006

Sábado de Aleluia era mais um dia de caverna. Desta vez as opções eram a Ouro Grosso ( até a primeira cachoeira ) e a Alambari de Baixo. Optamos pela última e lá fomos nós no longo caminho que levava até a caverna...

Durante o trajeto, o Jânio resolveu contar umas estórias de uma árvore que antes era cruz de um morto enterrado, mas que depois virou árvore grande e que toda quaresma joga as bromélias de seus galhos no chão e, terminando a quaresma, as bromélias voltam a ficar em cima da árvore! Fingimos que acreditamos e continuamos o caminho...

A Alambari é uma caverna bem legal, com todos os ítens de uma caverna: escuro, subida, descida, quebra-corpos e água. Primeira pequena vitória: a Alessandra, morrendo de medo do escuro, fez todo mundo prometer que não apagariam as lanternas e foi em frente.

Descemos num salão imenso, depois subimos, depois descemos, depois subimos de novo, depois chegamos num túnel bem apertado, que você desce de costas no chão e com a cara a menos de cinco centímetros do teto, somente com uma corda prá te dar apoio. Por incrível que pareça, ninguém deu vexame!

Passado o quebra-corpo, o Nilton fez a gente sentar em círculo e fez uma dinâmica ( com tudo escuro, Alessandra!!! ), prá gente escutar os barulhos da caverna. Foi bem legal, mas uns três minutos depois, o que se escutava eram várias vozinhas pedindo "acende a luz, vai?"!

Prá terminar a caverna, faltava a água, o que a gente fez sem problemas... Quem não sabia nadar pediu ajuda e todo mundo passou trincando os dentes de frio, mas sem nenhum problema: várias pequenas vitórias!!

Almoçamos perto da pousada e nos preparamos para o bóia-cross! O rio baixo não ameaçava muito, mas mesmo assim, estávamos todos de colete ( que não flutuava nada! ). A pequena vitória da vez foi da Cláudia, irmã do Júnior que, apesar dos dizeres "Se beber, não dirija nem faça bóia-cross" seguiu em frente e, literalmente, aos trancos e barrancos, desceu o rio, não sem antes aguentar muitas brincadeiras devido ao seu "estado delicado".

Todos salvos mas nem tão sãos, chegamos ao fim do percurso com a barriga doendo mais que a perna. A perna pelas pedras e a barriga de dar risada.

Enquanto isto, o guia Jânio continuava seu solitário atendimento à Viviane...

Enquanto não dava hora da janta, tomamos um bom banho e sentamos no barzinho prá conversar com o Abílio, com o Júnior e com o Casal Tiago e Flávia... O tempo passou rapidinho e já era hora de encher a barriga!!!

Jantamos MUITO! Caramba, como a gente tava com fome!!! A Diva, dona da pousada, deve estar acostumada, mas que a gente deu um bom prejuízo aquela noite, sim senhor!!

A galera se preparou prá ir prá danceteria ( como o Petar mudou!! ) e eu e a Mon resolvemos ficar "namorandinho" em vez de ir prá balada. Acordamos no meio da noite com a galera chegando, rindo alto e.... capotamos de novo!

Domingo, 16 de abril de 2006

Último dia sempre é chato... Tomamos o café bem devagar e um pessoal resolveu conhecer as cavernas que não tinham conhecido na sexta e outro grupo quis ir prá caverna Laje Branca.

Ficamos no terceiro grupo e resolvemos só dar uma passeadinha pelas redondezas....

Conhecemos a entrada da Ouro Grosso e dali saímos para uma trilhazinhas que davam no museu, na figueira, no monjolo e no moinho de farinha. Nosso guia foi uma cachorrinha que resolveu dar o ar da graça e acompanhar a gente o trajeto inteiro. Quando terminamos, ela nem se despediu e já foi procurar outra galera prá guiar!

Desmontamos a barraca, esperamos o pessoal chegar, almoçamos e entramos no ônibus prá voltar prá Sorô. Nove da noite e estávamos em casa.

Valeu a viagem! Valeu as novas amizades, as velhas ( né, Abílio? ), as gargalhadas e, claro, a oportunidade de conhecer a natureza bem de perto. É daí que estas pequenas vitórias surgem, de fazer coisas que a gente achava que não conseguiria mas que depois ficam na nossa memória prá sempre. Como troféus.