Caturro 2007 - 06 - Cerquilho a Laranjal Paulista

24 e 25 de novembro de 2007

Sábado, 24 de novembro

Fim de ano é complicado... É difícil conseguir quorum para descer o rio, é complicado descer o rio com ele baixo do jeito que está ( as chuvas ainda não chegaram de vez!) mas, conforme prometido, iríamos descer o rio Sorocaba de cabo a rabo neste ano!

Eu (Eduardo), Márcio Cobra, Edson Sabiá, Callipo, Constança, Zico, Barroso, Dito, Geraldo, Alcir, Gugo, Guilherme e o calouro Luisão, preparadíssimos para enfrentar as corredeiras e sabe-se lá o quê que o rio nos reservava desta vez. Todos na frente da Subaquática às sete da matina, rumamos para Cerquilho, no Alambique do Cridão, ponto final da quinta etapa. Lá o Wendell e o Didico já nos esperavam com cara de impacientes, porque já eram mais de nove horas e apesar do trecho curto de hoje, era remada prá mais de metro!

Quinze para às dez da manhã. Logo, logo, dois barcos de alumínio, oito caiaques e um patinho amarelo começavam a matar saudade deste rio querido. Aparentemente, havia menos vida que na última etapa, mas era só por pouco tempo...

Eu descia sozinho no duck porque minha mãe, a dona Eloiza, passou a noite anterior em claro e não conseguiu vir. Apesar de inúmeras propostas de remar junto comigo ( pato combina com corredeira! ), fui remar sozinho no sábado. Cansa, mas vale como experiência...

O trecho é bem tranqüilo e o rio estava mais alto que na última etapa e fomos em flotilha única, naquela estranha felicidade de quando a gente está fazendo algo que gosta... Nosso presente do dia, além das corredeiras, foi ver muitas capivaras atravessando o rio! Coisa bonita mesmo! Passavam de três, quatro, só com o focinho de fora. Aí era só alguém tentar chegar mais perto que sumiam mergulhando.

Almoçamos ( ou lanchamos ) na beira do rio, sem pressa nenhuma, e três horas da tarde, sem nenhum incidente, chegamos no ponto final, 20 Km abaixo do Cridão, um pouco acima da captação de água de Cerquilho. O caminhão e o ônibus da prefeitura chegaram logo depois, pusemos os barcos no caminhão, os caturros no ônibus e fomos para o local de pernoite, o mesmo do ano passado, o camping do Alvimar.

Infelizmente, o Alvimar faleceu alguns meses atrás e o camping agora é gerido pela esposa. O Guilherme já chegou perguntando pelo maverick e todos fomos procurando qual quarto iríamos dormir ( é!! desta vez nada de barracas!! ).

Passamos a tarde dando risadas com o Sabiá e o Guilherme e, à primeira deixa dos músicos, o Geraldo se apossou do violão e começou a cantar. A empolgação era tanta que foi preciso pelo menos três para afastar o Gualdo do microfone. Não havia contingente suficiente prá afastar o Sabiá, então ele continuou lá...

A primeira baixa da viagem foi a Constança, que voltou para casa no sábado à noite mesmo. A segunda baixa foi no domingo, onde o Callipo seguiu o mesmo caminho.

Jantar gostoso ( o Dito repetiu quatro vezes... ), sono chegando e vamos dormir, lutando contra os pernilongos e os roncadores.

Domingo, 25 de novembro

Acordamos cedo, tomamos café, guardamos as coisas, levamos os barcos para a beira do rio ( agora éramos só cinco caiaques, sem o casal Callipo-Constança e o Gualdo que foi no pato comigo ) e, sabendo que as corredeiras seriam abundantes neste trecho, todos combinando o que fazer...

A primeira, que tomou mais de meia hora nossa no ano passado, durou só dez minutos! Já estamos craques!! Só o Dito, que desceu resmungando, porque queria ter descido aquela queda e não feito portagem como todo mundo. Depois de ser relembrado sobre o que vinha a seguir, se acalmou...

Uma série de corredeiras e o Cobra foi prá água. Também... Fica escutando o Dito é isto que dá! Corredeiras e remansos e logo chegou a nossa preferida, a do batismo do pato louco!

O rio, bem mais baixo que no outro ano, estava mais calmo. Mesmo assim, precisávamos passar dois barcos de alumínio com motor e tudo, cinco caiaques e um pato, louquinho prá matar a saudade da água branca. Nesta hora, começou a garoar fraquinho, o que não importava, já que estávamos todos molhados mesmo! Esperamos o Zico se aprontar com a filmadora e lá vamos nós! Como é legal descer corredeira de pato! Descemos e preparamos para levar o pato rio acima porque agora era a vez da dupla Zico e Alcir. Ainda meio receosos, por nunca ter andado de pato, desceram e, juro, os cinquentões pareciam duas crianças num parque de diversões... O Dito, que já tinha descido duas vezes com seu caiaque, fazendo a mesma cara de criança, tentou subir a corredeira no remo. Resultado: caldo! E muita risada!!

Logo abaixo, já perto da Ponte da Amizade, encontramos o pessoal do Jura, de Salto, que não encontrando o camping do Alvimar, nos esperou na última corredeira antes da ponte. Ali, demoramos um pouco mais, porque os alumínios pegaram o lado errado do rio e encalharam. Uma hora depois e todos embaixo da Ponte da Amizade, lugar mais que propício para conhecer os novos irmãos de remo, Jura e Adalberto.

Os dois, de canoa canadense, nos acompanharam até a ponte da rodovia Marechal Rondon e voltaram para o carro de apoio. Não seria a última vez que veríamos a dupla neste dia...

A partir da Marechal Rondon, o rio se alarga e se acalma. Parece que sabe que o Tietê está próximo...

Enfim, ele chegou. Mais limpo que no outro ano. Chegou com cara de velhos amigos, com jeito de quem já nos conhece. Desta vez, sem prefeito, sem comício, sem churrasco, mas com uma tremenda sensação de desafio aceito e vencido. No rancho dos Pivetta, 35 Km abaixo do camping do Alvimar, o rio Sorocaba virava Tietê.

Parabéns, caturrada, pelo enorme feito! Desde Ibiúna até aqui, aproximadamente 250 Km de rio, cada trecho diferente do outro. Não sabemos se 2008 terá a travessia completa, mas os trechos que navegarmos deste rio querido, a gente já sabe quais são. Um bate-remo com muito gosto e um "Até a próxima!" gritado bem forte!