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- Caturro 2007 - 05 - Iperó/Boituva a Cerquilho
06 e 07 de outubro de 2007

Sábado, 06 de outubro
Todo mundo chegando às seis da matina, na frente da Subaquática, para mais uma etapa de remada. Desta vez, alcançaríamos Cerquilho!
Alguns já tinham ido, outros esperavam no caminho. Por falar em caminho, em uma mudança de última hora, tivemos que parar na fazendo do Carlão prá pegar o barco da Icatu, que tinha ficado lá desde a última etapa.
Chegamos no condomínio Solaris quase nove da manhã e corremos colocar os barcos n'água, porque já estávamos atrasados. Antes de descer, o Callipo passou um briefing sobre a remada do dia e dividiu todo mundo em flotilhas. Estavam lá: Eduardo, Eloiza, Callipo, Rita, Matieli, Dimaroh, Beto, Alcir, Barroso, Zico, Sabiá, Cobra, Dito, Huayras, Geraldo, Marcelo, Zé Garcia, Gugo, Armando, Didico e Wendell. Ao todo, 21 caturros descendo o rio.
Muito tempo sem chover e o rio deixava isto bem claro: muita galhada que não tinha ano passado e vários trechos de rápidos e corredeiras.
Logo, o rio nos dá o primeiro presente! Um imenso cardume de curimbatás passeou por baixo de nossos barcos, num trecho com menos de um metro de profundidade, de maneira que ficamos um bom tempo nos deliciando com aquele monte de peixe nadando embaixo de nossos barcos... Quanta vida!!
Um pouco prá frente, o segundo presente, pelo menos para mim e minha mãe: um barulho de mato na margem direita e de repente aparece uma capivara grande se jogando no rio a poucos centímetros do caiaque do Huayras que, depois do susto, virou prá gente e gritou feliz da vida: "Vocês viram???". Claro que vimos, argentino!! E nunca vamos esquecer!
O rio baixo fazia a gente andar devagar e, prá compensar, uma revoada de biguás, de mais de cem, passa voando baixinho!! Queria a câmera, mas não daria tempo... Ficamos a ver mais um presente que a natureza tinha reservado prá gente nesse dia. Ainda bem que o Marcelo tirou foto disto, senão ninguém iria acreditar...
Quando faltava pouco prá gente chegar na barragem Santa Adélia, os barcos da frente começam um rebuliço... De repente o motor do barco do Callipo começa a saltar, batendo em um monte de pedra! O pessoal da frente começa a andar do lado dos seus caiaques no meio do rio e uma corredeira que não existia no ano passado estava ali prá quem quisesse ver!! Minha mãe perguntou rápido: "Esta é corredeira mesmo, né?". Respondi que sim e lá vamos nós no pato louco descendo o rio numa alegria medonha!!
Passada a corredeira, voltamos prá ajudar o pessoal. A Rita mais encalhada do que nunca, o Zé Garcia com caimbra, o Zico pensando se saia ou não do Cebion, enfim, uma bagunça completa. Ajudamos quem a gente podia, puxamos o duck prá cima da corredeira, pedimos pro Marcelo se preparar prá tirar foto e lá fomos Eduardo e Eloiza de novo a cavalgar o rio Sorocaba!!
Como alegria de pobre dura pouco, logo chega a Santa Adélia. A barragem estava com o nível quase três metros abaixo do ano passado e pelo menos uns cinquenta metros que em 2006 remamos teríamos que fazer carregando os pesados barcos. Faxina das boas, como diria o Callipo...
Uma hora depois e um bando de caturros massacrados, recomeçamos a descida. O Huayras quis pegar uma corredeira no duck e só conseguiu quando minha mãe condicionou isto à Rita ir no duck o resto do dia. Concordamos e lá fomos nós descer corredeira. Depois, desci de caiaque e lá na frente, em completa crise de labirintite, iam as duas únicas mulheres do dia, girando rio abaixo feito aquele brinquedo de xícara de parque de diversão...
Enfim, bairro de Americana, em Tatuí!! O Oscar, a ONG Alerta já nos esperando e todo mundo morto e louco por um banho. O cavalheirismo quase foi executado sumariamente, mas no fim, minha mãe Eloiza e a Rita conseguiram tomar banho antes de todos os caturros machos, que se mataram prá ver quem ia depois. Banho tomado, vamos preparar o churrasco que tá todo mundo com fome!!
Churrasco é gostoso sempre, mas depois de 22 quilômetros de rio, parece que a carne é a melhor que você já provou, e já estávamos de barriga cheia quando a Mon, a Lidia, a Constança e a Patrícia ( com a tropa do Huayras ) chegaram. Trouxeram vinagrete e sorvete!!! Atacamos como se fosse o último sorvete da face da Terra e rimos bastante.
O dia tinha sido muito gostoso, sem problemas das etapas anteriores e com todo mundo feliz. Hora de dormir e repor as energias para o domingo!
Domingo, 07 de outubro de 2007
Por volta das sete da manhã, todos acordando e preparando o café. Hoje tinha bem mais rio e não podíamos sair tão tarde como saimos no sábado...
Café tomado, com a adição da Constança remando, barcos na água e toca prá frente que são 32 Km rio abaixo até o Alambique do Cridão!! Isto com as baixas do sábado: alguns caiaques com quilha comida e a Rosinha, a canoa do Dimaroh, rachada no fundo.
O rio muito baixo deixava corredeiras e rápidos aparecendo com uma freqüência que irritava... Era só a gente querer descansar um pouquinho que as pedras apareciam e precisávamos remar forte! Numa delas, a baixa da vez foi o Almirante, o barco do Barroso. Com o Didico e a Rita no barco, ninguém viu a pedra grande logo abaixo da linha d'água e pumba! Abriu um buraco no barco e todo mundo prá popa torcendo pro Almirante não afundar. Todo mundo menos o Velho do Rio, o boneco que o Barroso resolveu colocar na proa do barco...
Mais uma, mais outra e mais outra. O rio estava tão raso que o pessoal já começava a se recusar a remar enquanto não chovesse. Hoje não choveria, mas até à proxima etapa, com certeza cairia alguma água...
Enfim, já chegando, tiramos foto batendo remo dentro dos caiaques com um paredão do rio de pano de fundo e já chegávamos no Alambique do Cridão. Muito cansados, mas felizes por mais uma etapa cumprida. E comprida!
Depois da tradicional batida de remos, todo mundo pro ônibus, de volta pro Solaris e de lá de volta prá casa para merecidíssimos banho e sono, não sei se nesta ordem...
Como diria o pensador grego Heráclito: "Um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio.". Nós, caturros, completamos: "Nem desce remando duas vezes o mesmo rio...". Que Sorocaba é este, gente ?!?!?!