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- Caturro 2007 - 01- Represa de Itupararanga
17 e 18 de março de 2007

Sábado, dia 17
Chovera a noite anterior toda. Nem todos podiam estar lá. Mas caturro que é caturro não se amedronta por isto...
Seis e alguma coisa, estávamos todos na frente do escritório do Beto, prontos para a primeira etapa da descida do rio Sorocaba de 2007. Todo mundo torcendo para que a chuva desse uma folga, mas loucos de vontade de colocar os remos na água.
Rumamos em nossos carros até Ibiúna, no condomínio Sítio Bela Vista, onde já haviámos combinado com o proprietário, Sr Ângelo Tanaka, que sairíamos dali com os barcos.
Ao todo dezessete caturros: Eu (Eduardo), Mon, Barroso, os irmãos Almenara ( Zico, Sabiá e Cobra ), a Sílvia e o Armando, o Beto, o Alcir e seu sobrinho Marcelo, o Gugo, o Dito, o Paulo Sgroi, o argentino Huayras e, claro, o casal Callipo e Constança.
Sabíamos que o dia ia ser leve, ao todo oito quilômetros e meio, mas queríamos mesmo era voltar a remar. Barcos n'água e todo mundo remando feliz.
Tentamos colocar uma quilha estabilizadora no nosso duck e foi um fracasso retumbante! Quinze minutos depois do início da remada, perdi a paciência e arranquei-a prá ela parar de atrapalhar.
A caturrada remou tranquilo. O vento e o tempo ajudavam... Saímos 09:45 e depois de uma breve parada em uma das propriedades na beira da represa, chegamos 12:30 no local de pernoite. Curtíssimo!!!
Esta tal propriedade foi "encontrada" pelos caturros que fizeram uma incursão na represa um mês antes da etapa e revelou-se uma escolha esplêndida. O casal que lá vive, o Ceará e sua esposa, a Auxiliadora, se incumbiram de preparar um jantar maravilhos e um café da manhã à altura do jantar! Passamos mal de tanto comer...
Pouco tempo depois de armarmos as barracas, a chuva chegou! Fez um escarcéu, molhou todas as coisas do Edson "Sabiá" Almenara e fez a gente correr um bocado para não deixar molhar tudo. Tão rápido como veio, foi.
O resto da tarde, passamos papeando, jogando truco, disputando pebolim (totó, para o casal carioca...), cantando e matando a saudade de papear com amigos tão bons. A tarde passou, a noite chegou e com ela o jantar onde quem menos comeu repetiu três vezes.
Empaturrados e com muito sono, nos recolhemos e nos jogamos nos braços de Morfeu...
Domingo, dia 18
O dia amanheceu querendo encrenca! Chovera a noite toda e continuava chovendo... Ainda por cima, veio junto da chuva um frio chato, daqueles que desanima só de pensar em se molhar...
Tomamos o café ainda no dilema: ir ou não ir? Continuar ou abortar a etapa? Adivinhe o que a caturrada decidiu??? Vamos em frente, óbvio!!!
Barcos na água, por coincidência às 09:45. Todo mundo aparelhado, com capa de chuva, anorak, roupa de neoprene, enfim, tudo que tivesse trazido e que desse um conforto maior para as horas encharcadas que passaríamos.
Todo o trajeto, ou pelo menos a maior parte dele, foi feito com vento desfavorável. Os caiaques não sofriam tanto, mas nosso duck e a canoa canadense pareciam velas prontas a tirar a gente do rumo. Cansou em dobro, mas fomos em frente...
Uma paradinha, para repor as energias, comer alguma coisinha e tirar a água do joelho. O dia seria de 13 quilômetros e até que a gente estava rendendo bem. A chuvinha tinha dado uma trégua e até o sol mostrava boas intenções. E rema, que rema, caturro.
Quando estávamos próximos do nosso destino final, nossa primeira e única baixa: o Almirante, o barco do Barroso, cismou de negar fogo! Nada de motor e foi preciso ser rebocado pelo Plutão, o outro barco motorizado. Dava dó de ver a cara do Zico, do Sabiá e principalmente do Barroso, que estavam loucos prá chegar por conta própria no final.
Como não tínhamos mais barco de apoio, restava prá gente remar. E no finalzinho, entrava um vento forte, que vinha lá dos lados da barragem, que fazia a gente remar muito e render pouco.
Vimos ao longe alguns caiaques na margem e não sabíamos se eram caturros ou não. Decidimos não pagar prá ver, porque já estava sofrido remar contra o vento e as marolas e aqueles quinhentos metros no mínimo só prá ver se eram não seriam divertidos... Foi a muito custo, com muito caturro (aqui, o termo náutico) e com o bom humor já a pique que chegamos no clube náutico.
Chegamos por volta de 13:30 cansados mas vitoriosos! Aquela batida de remo caturra, que já virou tradição, e sentar-se no barzinho do Clube Náutico Belas Artes prá jogar conversa fora.
Alguns de nós voltamos prá Ibiúna para buscar os carros e as bagagens enquanto o resto continuou a jogar conversa fora.
A primeira etapa de 2007 foi cumprida com êxito total! Agora é comemorar e nos preparar para a próxima...
Como lição, a represa mostrou que dá mais trabalho que o rio em si, porque não tem correnteza prá ajudar. Em compensação, é mais curto e dá prá fazer uma etapa sem maiores percalços, principalmente neste finzinho de verão.